Angina Instável

DEFINIÇÃO:

Angina instável (AI) é uma forma de síndrome coronariana aguda (SCA) caracterizada por isquemia miocárdica sem elevação dos marcadores de necrose miocárdica (troponina ou CK-MB) e sem supradesnível do segmento ST no eletrocardiograma (ECG).

 

QUADRO CLÍNICO:

1.Dor torácica típica:

•Retroesternal, sensação de peso ou aperto.

•Pode irradiar para mandíbula, ombros ou braço esquerdo.

•Duração de 10-20 minutos ou mais.

2.Características da dor:

Novo início: Menos de 2 meses.

Agravamento: Aumento na intensidade, frequência ou duração em relação à angina prévia.

Em repouso: Dor ocorre sem esforço físico.

 

FISIOPATOLOGIA:

•Desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio no miocárdio devido à obstrução parcial ou transitória das artérias coronárias.

•Pode envolver:

•Ruptura de placa aterosclerótica.

•Trombose parcial.

•Vasoespasmo coronariano.

 

DIAGNÓSTICO:

1.História clínica e exame físico:

•Identificar fatores de risco: hipertensão, diabetes, dislipidemia, tabagismo, idade avançada.

2.Exames complementares:

ECG: Alterações transitórias do segmento ST (infra-ST ≥ 0,05 mV) ou inversão da onda T.

Biomarcadores cardíacos:

Troponina: Normal ou apenas discretamente elevada (diferencia AI de IAM sem supra-ST).

Teste de esforço ou cineangiocoronariografia: Para avaliação adicional.

 

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE ALARME:

1.Dor em repouso, principalmente se durar mais de 20 minutos.

2.Dor com aparecimento recente ou piora progressiva.

3.Dor refratária a nitratos sublinguais.

 

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO (ESCALA TIMI):

1.Idade ≥ 65 anos.

2.≥ 3 fatores de risco coronariano.

3.Estenose coronariana conhecida ≥ 50%.

4.Elevação de marcadores cardíacos.

5.≥ 2 episódios de dor torácica nas últimas 24 horas.

6.Uso de AAS nos últimos 7 dias.

7.Alterações do ST ≥ 0,5 mm no ECG.

Estratificação:

Baixo risco: 0-1 ponto.

Intermediário risco: 2-4 pontos.

Alto risco: 5-7 pontos.

 

TRATAMENTO:

1.Medidas iniciais:

•Internação em unidade coronariana para monitorização.

•Oxigênio se saturação < 90%.

•Controle da dor: Nitroglicerina sublingual ou EV.

2.Terapia medicamentosa:

AAS (Ácido acetilsalicílico): Dose inicial de ataque (160-300 mg) seguido de dose de manutenção (75-100 mg/dia).

Clopidogrel: 300-600 mg (dose de ataque) seguido de 75 mg/dia.

Anticoagulação: Enoxaparina ou heparina não fracionada.

Betabloqueadores: Controle da frequência cardíaca.

IECA: Indicado em pacientes com hipertensão, diabetes, ou disfunção ventricular esquerda.

Estatina: Para estabilização da placa aterosclerótica.

3.Estratégias invasivas:

•Angioplastia percutânea (com ou sem stent) para pacientes de alto risco.

•Cirurgia de revascularização miocárdica, se indicado.

 

CONDUTAS PRÁTICAS PARA PROVA:

1.Paciente com dor torácica em repouso > 20 minutos:

•Internar em ambiente monitorado.

•Fazer ECG e colher troponina.

2.Se alterações no ECG e/ou TIMI ≥ 3:

•Terapia tripla: AAS, clopidogrel, e anticoagulante.

•Solicitar angiografia coronariana.

3.Se sem alterações e TIMI baixo:

•Monitorar e realizar teste de esforço antes da alta.

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